Compulsão alimentar

compulsão alimentar
Compulsão alimentar

A compulsão alimentar se caracteriza pelo desejo de comer mesmo quando não se sente fome, ou se continua comendo mesmo após ter ingerido grande quantidade de alimento. Ela é uma doença e carece de tratamento

Aquela torta está me encarando, me segura ou acabo com ela!

Provavelmente você e inúmeras outras pessoas tenham passado por situações como essa. Por isso falar em compulsão alimentar não é fácil. Talvez você ame tortas, talvez você esteja de dieta ou talvez você esteja apenas com fome.

Mas se você perde o controle ao ver comida, seja torta ou qualquer outro alimento, come como se não houvesse amanhã e sente-se culpada, esses são sinais de compulsão alimentar.

 

O que é compulsão alimentar?

Para começarmos a entender melhor é interessante nos fazermos algumas perguntas.

  • Como você se relaciona com a comida?
  • É uma relação de amizade, de ódio ou um amor platônico?
  • Você costuma perder o controle sobre o quê ou o quanto come?
  • Você é daquelas que costuma comer sozinha ou escondido?
  • Após comer você sente-se envergonhada ou culpada?

Se as suas respostas sobre essas questões foram positivas é um sinal de que sua relação com a comida pode estar se transformando em algo sério, o que é conhecido como compulsão alimentar.

A compulsão alimentar é caracterizada como um transtorno do comportamento alimentar.

Pessoas com esse transtorno realizam a ingestão de grandes quantidades de comida em um intervalo de 2 horas, comem rapidamente, sentem-se culpadas após comer e acabam se alimentando mesmo sem estarem com fome, com uma sensação de estarem incomodamente repletas.

Muitas vezes a compulsão alimentar pode ser o resultado de estresse, ansiedade ou um mecanismo nada legal que o seu cérebro encontrou de compensar frustrações e lidar com problemas.

 

Entendendo a compulsão alimentar

compulção alimentar
Compulção alimentar

Todos os nossos comportamentos são iniciados em uma região do nosso cérebro chamada hipotálamo. Nossas reações emocionais, por outro lado, são provenientes do sistema límbico.

 

Ambas também estão relacionadas à compulsão alimentar.

De que forma?

Elas possuem um papel importante, junto com outras regiões cerebrais, na motivação do apetite e no processo de compulsão alimentar.

Alguns hormônios e neurotransmissores regulam o nosso metabolismo e balanço energético, enquanto outros regulam nossas reações emocionais.

Desequilíbrios nesses sistemas desencadeiam um comportamento alimentar adaptativo que pode resultar em compulsão alimentar.

O hormônio leptina é um regulador da ingestão de alimentos e da taxa metabólica. É liberada pelo nosso tecido adiposo e age no hipotálamo.

Quanto mais leptina maior a ingestão de alimentos, quanto maior a ingestão de alimentos maior a ingestão de gordura, e quanto mais gordura mais leptina. E o ciclo reinicia, e a “fome” não tem fim.

Por isso há uma forte relação entre compulsão alimentar e obesidade.

Por outro lado, os chamados endocanabinóides são neuromoduladores responsáveis pela nossa sensação de apetite e saciedade. Quando necessitamos de comida os níveis de endocanabinóides aumentam e quando saciados eles diminuem.

No entanto, assim como a leptina os níveis de endocanabinóides aumentam com o aumento do tecido adiposo.

 

Como a compulsão alimentar afeta você?

compulsão
Compulsão

Você se recorda das perguntas que você responder no início desse artigo? Elas também dizem muito sobre como a compulsão alimentar afeta você.

O corpo é, muitas vezes, um objeto de constrangimento social, uma pressão dos padrões de beleza que diminuem a autoestima de muitas mulheres. O resultado é um desconforto com o próprio corpo, uma vergonha velada e em muitos casos um quadro depressivo.

Muitos casos de compulsão alimentar são frutos do excesso de dietas restritivas e tratamentos mal feitos. Segundo estudos, ela afeta principalmente mulheres adultas e jovens.

Mas grande parte dos homens também sofre com este mal.

A compulsão alimentar afeta suas emoções, seu convívio social e sua autoestima.

Pessoas com esse transtorno acabam desenvolvendo características como impulsividade, ansiedade, isolamento social, mudanças de humor e uma maior vulnerabilidade à depressão.

 

Como se livrar da compulsão alimentar

compulção
Compulção

Primeiramente é necessário fazer uma autoanálise do comportamento: Conhecer-se melhor e saber fazer auto diagnóstico, principalmente questionando-se:

  • Que situações despertam em você esse desejo de comer loucamente?

Nosso cérebro, nessas circunstâncias, tende a entender a experiência de comer loucamente como algo prazeroso. Comer para esquecer os problemas.

Mas essa não é a verdade.

  • Não dê justificativas para o excesso de comida.

Organize-se! E busque resolver os conflitos internos.

Jamais mantenha o foco na comida para “desabafar”, aliás é até bom evitar de comer quando, por dentro, se está cheio de aborrecimentos.

Lembre-se!

…há tempo para tudo nessa vida, até mesmo para comer…

Quando sentar-se à mesa, respire fundo e busque na comida o alimento para seu corpo e também para sua alma, com moderação e consciência.

Além disso, mantenha bons hábitos na sua rotina, como a prática de exercícios, eles diminuem os níveis de endocanabinoides que lhe darão uma sensação de saciedade.

Mantenha uma relação de amor com a comida!